A radioterapia me proporciona momentos inesquecíveis, como aqueles que converso com algumas pessoas, pacientes como eu.
Confesso até que gosto de trocar ideias sobre o tratamento, ouvir como cada um enfrenta os problemas que surgem sem a gente querer e como eles conseguem vencer outros.
Já percebi que entrei naquela boa rotina de chegar antes da hora marcada para o atendimento apenas para poder estar junto com aquelas pessoas muito especiais, que carregam os seus problemas e a sua esperança de alta. Agora sei como é bom a troca de experiências e como as conversas só me fazem bem. Algumas histórias são pesadas, tristes, trágicas até, mas estamos ali para dar suporte a quem precisa, unidos.
Já somos cinco. Amanhã poderemos ser muito mais.
É a minha galera.
Scarpa, tenho convicção que minha vida mudou após o câncer. São seis anos de luta e algumas vitórias. Aprendi a ser mais paciente, a ouvir mais e melhor o outro, a pensar mais em mim e a redirecionar minhas energias para coisas positivas, que me proporcionem prazer. Assim, ouvir música, fazer uma boa leitura, ouvir e ler alguém que se quer bem, como você! Tenho conhecido muitos outros como nós, pacientes de cancer e convivido com atendimentos especiais. Minha radioterapia foi no Hospital Português onde desde as responsáveis pelo atendimento e triagem ao Dr. Ernesto, todos nos atendem com carinho e respeito. No Santa Joana, onde faço químio, durante este período, Dr. Évio e sua equipe, são sensacionais. Somos vistos como pessoas e não como mais um número de paciente. Como não falar em Dr. Maurício Mattos, meu cirurgião,que de tanto me operar, acabou virando um irmão. E os cuidados paliativos de enfermagem, conheci um santo: Fernando Inácio. Paciente, gentil, respeitoso e amigo. Confesso que os procedimentos às vezes doiam até menos que o esperado em razão da abnegação dele e dos cuidados que nos destinava. Por fim, amigo, não podemos nos esconder. O certo é assumir e lutar com muita diganidade.
ResponderExcluirUm beijo em seu coração.
Melba Martins
Melba, cara e querida, a gente se entende e se completa e é muito bom me encontrar contigo na rua, bater aquele papo e saber de seus progressos. Você me estimula, anima e enriquece. E, agora, sem aquela maldita peruca, está mais linda do que nunca. Penso como você: somos gratos, sim, e sempre seremos, à dedicação profissional e humana dada, no meu caso, pelos médicos, enfermeiros, atendentes, serventes e pessoal administrativo. Eles nos tratam como seres humanos que, na maior parte do dia, estão carentes e precisando de um afago, de uma palavrinha apenas. Beijos no seu imenso coração, do Scarpa
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