Todas as manhãs, no mesmo horário, ela chega em uma maca empurrada por dois enfermeiros que a retiram de uma ambulância.
Magra, cabelos curtos, olhos fixos no teto ou fechados, quase sempre, silenciosa na fala e nos gestos.
Aos poucos, na última semana, ela mostra uma cor mais viva no rosto e mais disposição. Às vezes, me surpreendo ao vê-la tentando olhar timidamente para os lados, o que não fazia antes.
Hoje pela manhã, ela fechou os olhos e deixou escapar uma carinha de prazer quando um dos enfermeiros acariaciava a sua cabeça. Não sorriu, mas permitiu que seu rosto resplandecesse (iluminasse?) por um curto momento.
Acho que melhora (pelo menos é o meu desejo).
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