sexta-feira, 15 de junho de 2012

Gente atenciosa

Sheila Borges, jornalista da editoria política do Jornal do Commercio, passa por mim: "Como foi hoje?", perguntou sobre mais uma sessão de radioterapia. "Foi ótimo", respondi. "Agora você já está achando ótimo até a radioterapía?", quis saber, na brincadeira. "Não dói nada, juro!", revelei.

Sim, achei ótima porque já estou me acostumando com a "máscara de ferro" que impede qualquer movimento involuntário (e voluntário, claro) do pescoço e da cabeça. Já estou até respirando melhor apenas pelo nariz, já que a boca fica prensada e fechada pela tal máscara.

O problema é saber controlar a respiração com os batimentos cardíacos que, no meu caso, aceleram por causa da secura na boca e a dificuldade em engolir o que sobrou da saliva. Mas nada cruel, horroroso e que não possa ser vencido com o tempo. Espero.

A tal "máscara de ferro" é o nome que os pacientes dão a uma máscara de polietileno (uma espécie de plástico) transparente que é moldada, ainda quente, no rosto e que, ao esfriar, endurece tomando a forma de parte da cabeça, rosto e pescoço.  A máscara é leve e permite a entrada de luz e ar.

Deitado, o paciente recebe a máscara a cada sessão e a mesma é presa à mesa para que a máquina de radioterapia, totalmente controlada por computador, aja apenas na área delimitada pelo médico radiologista, no meu caso, pelo doutor Jonathan Melo, do Real Hospital Português.

A máquina, de último tipo, é semelhante a que existe no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde o ex-presidente Lula fez as sessões de radioterapia,

Mas o que me faz me sentir melhor a cada dia na sessão de radioterapia é a gentileza, a generosidade e o profissionalismo que enfermeiras, médicos e técnicos em radiologia recebem a todos os pacientes de câncer diariamente.

É emocionante ver tanta doação de carinho a quem necessita, na verdade, de mais afeto que radiação.

2 comentários:

  1. Scarpa,meu querido!
    Compartilho no seu blog este texto que recebi de uma amiga e achei de uma intensidade imensa.


    Escutem os gritos do corpo

    A enfermidade é um conflito entre a personalidade e a alma.

    O resfriado escorre quando o corpo não chora.
    A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
    O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
    O diabetes invade quando a solidão dói.
    O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
    A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
    O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
    A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
    As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
    O peito aperta quando o orgulho escraviza.
    A pressão sobe quando o medo aprisiona.
    As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza.
    A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
    Os joelhos doem quando o orgulho não se dobra.
    O câncer mata quando não se perdoa e/ou cansa de viver.
    E as dores caladas? Como falam em nosso corpo?

    A enfermidade não é má, ela avisa quando erramos a direção.

    O caminho para a felicidade não é reto:
    existem curvas chamadas Equívocos, existem semáforos chamados Amigos, luzes de precaução chamadas Família, e ajudará muito ter no caminho uma peça de reposição chamada Decisão, um potente motor chamado Amor, um bom seguro chamado FÉ, abundante combustível chamado Paciência.
    Mas principalmente um maravilhoso Condutor chamado DEUS!

    TODOS SOMOS SUSCEPTIVEIS AO SOFRIMENTO E PREDISPOSTOS A FELICIDADE.

    O verdadeiro perdão pressupõe compreensão. Quando se compreende, se perdoa.
    Quando se perdoa, se está em paz!)

    Um beijo e que Deus continue te abençoando nesta caminhada diária.
    Betânia

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  2. Betânia, cara, que coisa mais linda, profunda e dolorida. Beijos gratos, vou imprimir e repassar. Obrigado pela atenção e carinho.

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